terça-feira, 15 de março de 2016

Anatídeos nos Arrozais de Goiás

As lavouras de arroz irrigadas do Estado de Goiás apresentam alto índice de espécies de aves que se refugiam nestes locais. As aves procuram os arrozais para procurar refúgio de predadores, locais para nidificar e sobretudo, alimento (Maputo,2009). Eles se alimentam dos grãos de arroz que sobrarem após a colheita do mesmo. As aves se dividem em grupos e deixam os arrozais parecido com reservas ambientais. 
As aves mais vistas nos arrozais são os marrecos.

Espécies de marrecos ocorrentes 
nos arrozais do Estado de Goiás:

Marreca Caneleira (Dendrocygna Bicolor) - Rara no Estado
Marreca Cabocla (Dendrocygna Autumnalis) - População Estável
Marreca Irerê (Dendrocygna Viduata) - População Estável
Pé-Vermelho (Amazonetta Brasiliensis) - População Estável
Marreca-de-Bico-Roxo (Nomonyx Dominicana) - Rara no Estado
Pato-de-Crista (Sarkidiornis Sylvicola) - Muito raro no Estado

Grande parte das aves que vivem nesse tipo de paisagem agrícola não sofrem tanto os danos do desmatamento de seus habitats naturais. Muitas aves além disso, só podem ser vistas nos arrozais, como oBotaurus Pinnatus. Muitos mamíferos também se adaptaram aos arrozais, e são vistos com frequência neste ambiente, como oBlastocerus Dichotomus. A relação destes animais de classes diversas com os arrozais se deve ao fato de que, este tipo de cultura agrícola proporciona alimento farto para as mesmas. Os marrecos (foto ao lado) Dendrocygna , que é uma classe familiar, são as aves mais encontradas nos arrozais.  Elas se dividem em grupos e deixam os arrozais lotados de aves.

Porém, não são todos os agricultores que aceitam as aves muito bem receptivamente. Alguns reclamam dos prejuízos que as aves também causam nas lavouras de rizicultura. Outras aves até mais raras sofrem os prejuízos. A maioria são mortas, à tiros ou também por agrotóxicos usados no cultivo do arroz. Muitos agricultores também começaram a utilizar os Marrecos de Pequim (Anas sp.) no combate das pragas do arroz, como percevejos e pequenos invertebrados. Porém, os marrecos-de-pequim são aves domésticas, e já são acostumadas a isso.



Confira o Vídeo Exclusivo do Pró-Anatídeo
mostrando os anatídeos do Estado de Goiás

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Pró-Anatídeo: Em busca da Conservação e Estudos de Anatídeos

O Projeto

No final do ano de 2015, no dia 30/11/2015 foi fundado o Pró-Anatídeo, um Projeto desenvolvido na Região do Estado de Goiás e Arredores, ocasionalmente na Amazônia. O Projeto visa em ações de conservação desta Família, já que 2 espécies se encontram ameaçadas. Além disso o Projeto foca em pesquisas e estudos para maior conhecimento das espécies e aprofundar os estudos de sua Família.

O que fazemos?

Nós recolhemos dados físicos das espécies (ex:penas), porém em certas regiões do Estado realizamos os anilhamentos, para identificação das espécies e estudos, para o monitoramento. Após os anilhamentos, colocamos o código na anilha e depois realizamos o processo de soltura da ave.

O que estudamos?

Nós estudamos diferentes espécies de anatídeos da Região de Goiás, como: 
> Pato-do-Mato (Cairina Moschata)
> Marreca-Cabocla (Dendrocygna Autumnalis)
> Marreca-Irerê (Dendrocygna Viduata)
> Marrequinho-Asa-de-Seda (Amazonetta Brasiliensis)
> Marreca-Caneleira (Dendrocygna Bicolor)
> Marreca-Toicinho (Anas Bahamensis)
> Pato-Corredor (Neochen Jubata)

Além disso, ocasionalmente realizamos pesquisas e levantamentos sobre outras espécies, de diferentes famílias: Os Ciconídeos, Ardeídeos e Ralídeos.

Se quiser saber mais informações, por favor acesse o Link abaixo:
http://www.wikiaves.com.br/pro_anatideo 

Ou confira nas postagens abaixo:
Espécies de Anatídeos

Comemorações e História do Pró-Anatídeo

O Pró-Anatídeo é um projeto desenvolvido na Região de Goiás, e ocasionalmente na Amazônia, que visa aprimorar e aprofundar os estudos da Família Anatidae no País, além de contribuir em ações de conservação das espécies que ocorrem em nossa região.

No dia 14/02/2016 o nosso primeiro anatídeo foi anilhado com o código 001 com uma anilha amarela, no pé esquerdo (visão por trás) ou pé direito (visão frontal). A espécie corresponde à um macho da espécie Amazonetta Brasiliensis (Marrequinha-Asa-de-Seda) capturado em Inhumas-GO.


Está aí uma das fotos da Amazonetta Brasiliensis Macho capturada, com uma anilha de identificação.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Campos Inundáveis

Região: AMAPÁ - AMAZÔNIA

Campos Inundáveis são Subsistemas caracterizados por serem Hidro Morfológicos, por serem ricos em quantidade de água e possuírem solos encharcados. Por serem um subsistema com rica quantidade de água, alimento garantido e abrigo de incêndios, os campos inundáveis por sua vez atraem muitas espécies de aves, sobretudo os Anatídeos. A Região do AMAPÁ, a Reserva Biológica do Lago Piratuba possui grande quantidade de campos inundáveis. Os anatídeos mais encontrados neste local são: Marreco-Asa-Branca (Dendrocygna Autumnalis) com 40% dos registros, Pato-do-Mato com 35% dos registros (18 indivíduos por censo) e Marrequinha-Asa-de-Seda com 25% dos registros. 

Porem foi divulgado no dia 04/11/2010 que mais de 500 anatídeos foram encontrados mortos dentro de uma embarcação que passava pelos Campos Inundáveis de Macapá. 527 Marrecos-Asa-Branca e 19 Patos-do-Mato foram encontrados abatidos, e a multa foi de R$ 500,00.

Local onde os Anatídeos foram abatidos.

Principais Espécies de Anatídeos

Marreco-Asa-Branca ou Marreca-Cabocla (Dendrocygna Autumnalis)

Marreco de médio porte, pode chegar à medir entre 46-48 cm de comprimento, e quando adulto chega a pesar até 800 gramas. Habita brejos semi secos, banhados, várzeas inundadas e represas. Vivem em bandos, na região de Goiás, de 4-10 indivíduos. Alimenta-se sobretudo de arroz nas plantações alagadas, por isso é tida como praga. Choca em árvores, e suas ninhadas chegam à 20 filhotes. Sua categoria aqui é PP.
   

Marrequinha-Asa-de-Seda ou Pé-Vermelho (Amazonetta Brasiliensis)

Marreco de pequeno porte, as fêmeas medem entre 39-40 cm e os machos entre 40-43 cm. Quando adulto chega a pesar entre 400-500 gramas. Habita várzeas, lagoas e brejos densos. Transita nos subsistemas de alagadiços. Se alimenta de crustáceos e algas, ocasionalmente outras plantas aquáticas e larvas e minhocas. Vivem em grandes bandos, na região de Goiás de até 15-20 indivíduos. A fêmea é notada quando está na época reprodutiva, pois fica barrigudinha. Sua categoria no estado é PP pelo fato de ser relativamente comum e botar até 10 filhotes.

Irerê ou Paturi ou Marreca-Piadeira (Dendrocygna Viduata)

Marreco de médio porte, mede cerca de 45-47 cm e chegam à pesar até 700 gramas quando adulto. Habita represas, brejos e pantanais, além de capinzais alagados com vegetação densa. Sua característica marcante é a cara branca. É vista durante todo o dia, mais é ativa também anoite. Alimenta-se de vermes, girinos e gramíneas. Choca no junco seco, até 20-30 filhotes. Sua categoria no estado é PP por ser relativamente comum e avistada em bandos.

Marreca Toicinho ou Paturi-do-Mato ou Parda (Anas Bahamensis)

Marreco de médio porte, mede cerca 45 cm e pode pesar até 700 gramas quando adulta. Habita salinas, arrozais irrigados, pequenos açudes e lagos. Sua característica marcante é o queixo branco e bico vermelho. Alimenta-se de grãos, sementes e larvas de crustáceos. Não são reconhecidos os hábitos reprodutivos da espécie, pois é tímida e na maioria das vezes é muito arisca. No estado de Goiás sua categoria é PP.

Marreca-Pardinha ou Marreca-Danadinha 
(Anas Flavirostris)

Marreco de pequeno porte, mede cerca de 41,5 cm e pesa até 510 gramas quando adulta. Alimenta-se de raízes e gramíneas aquáticas. Vive em açudes, brejinhos e campos inundados. Não são reconhecidas mais informações sobre esta espécie nesta região. Esta foto é uma das únicas feitas no Estado de Goiás. Sua categoria é PP.

Pato-do-Mato ou Pato-Selvagem 
(Cairina Moschata)

Pato de grande porte, chega à medir 80 cm e pesa até 1 kg quando adulto. Alimenta-se filtrando na água algas, gramíneas e raízes. Vive em alagados e charcos, ocasionalmente açudes. Choca nas árvores ocas, ovos brancos meio pardos. Muito arisco, a ave selvagem não gosta de ninguém por perto. No estado sua categoria é PA pois é constantemente caçado para alimentação.

Familia Anatidae (Anseriformes)

Anatídeos (Família Anatidae)

Anatídeos são um grupo de aves da ordem Anseriformes, da família Anatidae. São caracterizados por possuírem uma densa plumagem impermeável e pés palmados, próprios para seus hábitos aquáticos.
São aves altamente dependentes de ambientes alagados ou chamados também de charcos. No bioma Amazônico, vivem nos igapós, córregos, canais e igarapés.
Porem se compararmos ao interior do País, a Amazônia é um bioma pobre em quantidade de anatídeos, talvez devido à grande quantidade de predadores aquáticos de médio e grande porte.
As principais aves que compõe essa família são os marrecos. As principais espécies são o marreco da asa branca (Dendrocygna Autumnalis), marrequinho dos pés vermelhos (Amazonetta Brasiliensis). 

Seu hábito alimentar é filtrador, ou seja, filtram plantas aquáticas e crustáceos com seu bico, raramente é observado comendo peixes. 

Na foto, são mostrados os Marrecos-Asa-Branca, no Parque Zoobotânico Emilio Goeldi. Os marrecos-asa-branca são também chamados de marreca-cabocla. Alimentam-se de mariscos e crustáceos, plantas aquáticas e vermes, minhocas aquáticas. Vivem em bandos. Quando estão em cativeiro, se apegam ao seu dono e podem ser muito carinhosas.  

Marrequinha-Asa-de-Seda (Amazonetta Brasiliensis)

Marrequinha-Asa-de-Seda (Amazonetta Brasiliensis)

A Marrequinha Asa de Seda (Amazonetta Brasiliensis) é uma ave Anseriforme da família Anatidae. Marreco de pequeno porte, os machos medem entre 40-43 cm e as fêmeas entre 39-40 cm. Seu nome científico quer dizer "Marreco do Rio Amazonas" pelo fato de que nas expedições em 1530 ela foi observada frequentemente nos Igarapés da Amazônia. No Bioma Cerrado, é uma das espécies mais abundantes, registradas em 87,3% dos anilhamentos de anatídeos na região do Estado de Goiás.

Habita pequenos cursos d´água, brejos de vegetação densa e áreas úmidas, ocasionalmente em pequenas represas ou poças cercadas por vegetação. Raramente, chega a ser encontrado em Córregos parcialmente limpos em áreas urbanas. Porem transita frequentemente nos subsistemas de alagadiços e veredas, além dos campos hidro morfológicos (ou campos úmidos) e igarapés.

O Macho produz ou assobio, curto e agudo, e a fêmea por sua vez, produz um grasnado grave e bem alto. Se detectados, tentam se esconder ou permanecer imóveis, voar apenas em último caso.

São extremamente gregárias, vivem em bandos de até 15-20 indivíduos. Se domesticada, pode se tornar muito mansa, adora um carinho. É também chamada de Pé-Vermelho ou Marreca Asinha Azul.


Na foto, podemos ver um macho de Amazonetta Brasiliensis, e perceber o detalhe esverdeado na asa.
Também percebemos o Anel de Identificação na sua perna, mostrando que é um Indivíduo monitorado pelo meu grupo Pró-Anatídeo, desenvolvido nos Alagados do Estado de Goiás.